Além de gerar renda e ampliar a produção de alimentos saudáveis, o projeto enalteceu a cultura e a tradição caiçara, investindo em práticas de manejo que respeitaram o mar e contribuíram para a conservação ambiental.

Para alcançar os objetivos, o projeto atuou em quatro pilares que contribuíram para dar mais visibilidade, segurança e reconhecimento à maricultura, gerando emprego, renda e produzindo alimentos sustentáveis:

1. Fortalecimento institucional da AMESP e dos maricultores associados;

O trabalho de regularização foi um dos pilares do fortalecimento da atividade, garantindo mais segurança jurídica, visibilidade e oportunidades para quem vive do mar.

Os números a seguir representam histórias de famílias que hoje têm mais segurança para produzir, comercializar e crescer dentro da maricultura.

• Foram cadastrados 76 maricultores da Área de Proteção Ambiental Marinha do Litoral Norte (APAMLN);
• Colaboramos com o fortalecimento de outras associações comunitárias e instituições públicas e privadas ligadas à atividade;
• Firmamos parcerias estratégicas, com destaque para o acordo com o Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), que resultou na regularização de 32 maricultores, um aumento de 60% desde o início do projeto;
• 41 maricultores estão com seus processos de regularização finalizados;
• Foram realizados 31 pedidos de cessão de uso da água;
• E 38 ritos de consulta às comunidades tradicionais foram protocolados, garantindo transparência e respeito aos processos participativos.

Uma nova sede para uma nova fase

Após quase 25 anos de existência, a AMESP conquistou sua sede própria, um marco histórico para a associação. Localizada próxima ao Aquário de Ubatuba, a sede foi planejada para ser um espaço de acolhimento, aprendizado e troca, um ponto de encontro entre maricultores, pesquisadores, gestores e parceiros.

A inauguração reuniu associados, comunidades tradicionais, órgãos públicos e representantes institucionais, fortalecendo os laços e reafirmando o compromisso coletivo com o desenvolvimento da maricultura sustentável no litoral paulista.

Diagnóstico da maricultura no litoral paulista

Outra frente essencial dessa etapa foi a elaboração de diagnósticos que mapearam o cenário atual da maricultura no estado de São Paulo. Esses estudos traçaram o perfil socioeconômico dos maricultores e evidenciaram o enorme potencial da atividade para gerar alimentos, empregos e renda, contribuindo para o desenvolvimento sustentável das comunidades costeiras.

Construindo juntos o futuro da maricultura

O fortalecimento institucional da AMESP é também o fortalecimento das pessoas que fazem a maricultura acontecer. Com cada conquista, reforçamos o propósito de garantir que a atividade siga sendo fonte de trabalho digno, alimento saudável e valorização da cultura caiçara.

2. Capacitação técnica do público-alvo, com cursos, oficinas e debates;

Já com foco na capacitação técnica, foram realizados palestras, cursos e oficinas, atendendo mais de 300 pessoas.

As ferramentas de capacitação utilizadas, especialmente as publicações técnicas gratuitamente disponibilizadas no site institucional, contribuíram para a oferta de tecnologias sociais, potencialmente capazes de gerar renda e o desenvolvimento socioeconômico do público-alvo, objetivo principal do Projeto Mar é Cultura.

Muitas das oficinas aliaram as atividades educacionais com as práticas de plantio do mexilhão, contribuindo diretamente com a renda dos maricultores e com a oferta natural de sementes no ambiente.

3. Turismo de Base Comunitária (TBC), integrando a maricultura às atividades culturais e turísticas da região;

• Mais de 10 pontos com potencial já identificados para o desenvolvimento do Turismo de Base Comunitária;
• Mais de 525 crianças conheceram as fazendas marinhas da região, dentro do Programa Escola no Mar;
• Foram realizados diversos mini-cursos com temas como a criação de roteiros, precificação e divulgação.

4. Divulgação da maricultura em eventos, workshops, festas e ações de comunicação.

O Projeto Mar é Cultura vem construindo um movimento vivo de integração entre pessoas, comunidades e o mar. Desde o início marcamos presença em eventos, encontros e ações coletivas que aproximaram a maricultura da sociedade e fortaleceram o sentimento de pertencimento de quem vive dela.

Já estivemos presentes em 26 eventos — muitos deles surgidos a partir de demandas das próprias comunidades, como o tradicional Circuito de Corridas de Canoa Caiçara, que celebra a cultura e a força do povo do mar.

Um dos momentos mais marcantes foi o Clean Up Day, quando retiramos mais de 500 kg de lixo do mar, reafirmando nosso compromisso com a conservação e o uso sustentável dos recursos costeiros.

O projeto também marcou presença na Aquishow, um dos principais eventos de aquicultura do país, onde fomos entrevistados pela afiliada da Rede Globo, levando a maricultura paulista para um público ainda maior.

Conhecimento que se compartilha

Promovemos o I Workshop Nacional da Maricultura, que reuniu mais de 200 participantes em um final de semana repleto de trocas, palestras e novas conexões.

O evento foi um marco para o setor e mostrou a força de uma rede que cresce quando compartilha saberes e experiências.

E um dos nossos maiores orgulhos foi ver a Festa do Maricultor voltar ao calendário oficial de Ubatuba, depois de 20 anos. O evento trouxe de volta a essência caiçara: corrida de canoa, culinária tradicional com produtos da maricultura e música local, em um encontro cheio de afeto, identidade e alegria.

Maricultura nas redes e no coração das pessoas

A criação do site e das redes sociais do projeto, ainda na primeira fase, abriu novos caminhos para divulgar a maricultura e dar visibilidade às comunidades que vivem dessa atividade. A presença digital nos ajudou a ampliar o diálogo e o alcance das nossas ações, levando informação, conhecimento e orgulho para cada vez mais pessoas.

O crescimento dos perfis no Facebook (Projeto Maricultura) e no Instagram (@projetomarecultura) mostra que o interesse pela maricultura está em expansão — e que o mar segue conectando histórias, culturas e futuros.

Juntos, seguimos navegando

Cada encontro, cada ação e cada parceria reforçam o propósito do Projeto Mar é Cultura: valorizar o trabalho de quem vive do mar e construir um futuro mais sustentável, inclusivo e cheio de pertencimento para as comunidades do litoral paulista.